A singularidade brasileira justifica análises específicas por várias razões. O Brasil se tornou um dos principais centros de proliferação da pandemia no mundo, e consequentemente foco de atenção de todos os países e da Organização Mundial da Saúde. Temos um presidente da república que está a favor do vírus, e não contra a pandemia, conformepesquisa realizada pelo CEPEDISA – Centro de Pesquisas em Direito Sanitário, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP. Somado a isso, temos a ausência de coordenação por parte do Ministério da Saúde, do enfrentamento à pandemia, o que ficou a cargo dos governadores e prefeitos.Não houve campanha publicitária para informar a população sobre a progressão da pandemia e tampouco sobre as medidas de enfrentamento a ela. Disseminou-se uma série de notícias falsas sobre um pretenso tratamento precoce a ser ministrado com hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. Também foram divulgadas notícias falsas a respeito da vacina, da própria doença, e das medidas de contenção ao vírus que foram tomadas. Toda situação descrita se assemelha aos episódios que ocorreram há mais de cem anos, durante a pandemia de gripe espanhola no Brasil.Leia mais