O homem é metafisicamente incapaz de conhecer a Deidade, isto é, a essência de Deus em si mesma. Isto não significa que Deus não possa ser conhecido em sua natureza. Com efeito, a partir dos entes (que são seus efeitos) poderemos chegar a Ele e, por via de remoção e analogia, abandonar a ignorância. Ainda assim, nunca saberemos o que é Deus em Si mesmo. Nem mesmo um anjo pode conhecê-lo como tal: também ele tem uma mente finita que se sabe superada pela infinitude divina. São Tomás assume o desafio de aproximar-se o máximo possível a essa essência, desde a razão. Assim, define os chamados atributos “entitativos”. Trata-se das perfeições que dizem respeito diretamente ao Ser de Deus. Sobre estes trata o presente livro. Ficarão para o próximo volume os atributos “operativos”, constitutivos da vida interna de Deus. Com o estudo de ambos, ganharemos em conhecimento da essência divina tanto quanto a razão pode. O presente consiste em dezesseis capítulos, um epílogo e notas abundantes. Os capítulos são distribuídos assim: 1-A Via de remoção. 2-Os atributos de Deus. 3-Como conhecemos a Deus. 4-Os nomes de Deus. 5-Deus é eterno. 6-Deus é simples. 7-Deus não é corpo. 8-Deus é sua própria essência. 9-Deus é perfeito. 10-Deus é infinito. 11-Deus é imutável. 12-Deus é único. 13-Deus é imenso. 14-Deus é bom. 15-Deus é a verdade. 16-O panteísmo. São Tomás expõe sua doutrina, principalmente, na “Suma contra os Gentios” e na “Suma Teológica”, com abundantes argumentos. Esforcei-me por torná-los o mais diáfanos possíveis. Têm uma riqueza grande a mais de refletir a proverbial habilidade do Aquinate para a reflexão e a réplica.