O objetivo deste trabalho é mostrar, de forma introdutória e breve, alguns dos principais fundamentos do conceito de educação integral para os anarquistas, a partir de alguns de seus principais autores e correntes. Como caminho para demonstração, parto da exposição das críticas à escola tradicional burguesa, considerando as contribuições de Proudhon e Bakunin para, em seguida, tratar das proposições desenvolvidas a partir de 1882 com a divulgação do Programa Educacional do Comitê para Ensino Anarquista, o qual contou com a colaboração marcante de Peter Kropotkin e Paul Robin. Na segunda parte deste trabalho apresentamos uma breve análise de algumas experiências práticas a começar pelas experiências do Orfanato de Cempuis (1880-1894), dirigido por Paul Robin e da Escola La Ruche (1904-1917), conduzida por Sebastian Faure, ambas na França. Em seguida apresento a Escola Moderna de Barcelona, conduzida por Francisco Ferrer y Guardia, na Espanha, a partir de 1901. O movimento das Escolas Modernas chega ao Brasil no início do Século XX e foi bastante disseminado nos meios operários anarquistas, tendo como uma das principais experiências práticas as escolas conduzidas pelo Pedagogo João Penteado, em São Paulo. Finalizamos este livro apontando para os elementos que constituem o conceito de educação integral na concepção anarquista e as contribuições para o debate atual considerando uma perspectiva autogestionária, libertária e emancipadora.