Vivenciando o mundo da Educação, por mais de trinta anos, estive envolvido nas mais variadas situações nos municípios onde trabalhei, tanto em sala de aula, como professor, quanto nas diversas funções pedagógicas ou administrativas que já exerci. Com base nessa vivência, é proposta uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido na Educação Física para os alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), tendo como referência os estudos da minha formação nessa disciplina e embasado nos materiais teóricos utilizados no decorrer de sua graduação. A nova dimensão da Educação Física como potencial recurso de transformação corporal e pedagógica leva-me a compartilhar as observações e, principalmente, os diálogos não estruturados com professores de uma rede municipal de Educação. Para isso, foram também levados em consideração vários referenciais teóricos, como os marcos legais e os PCN de Educação Física, bem como autores que discorreram sobre a Educação Inclusiva, entre os quais Fiorini e Manzini (2014), Pan (2008), Vygotsky (1988, apud Beatón, 2005), Duarte e Lima (2003), Sassaki (1997). Os diálogos não-estruturados com os professores foram substanciais para o processo, já que também forneceram embasamentos para refletirmos sobre a importância da Educação Física humanizada e reflexiva, que traga para o docente um recurso real, tanto na Educação Especial quanto na Regular. A análise das relações, das articulações, das limitações e principalmente das potencialidades de professores e alunos parece ser essencial para se garantir o direito de acesso e permanência do aluno com NEE no sistema regular de Ensino, de forma gradativa e respeitosa. Essa análise leva à conclusão de que a Educação Física na Educação Especial, na modalidade de Ensino Especializado, tem um papel fundamental e transformador nesse processo pedagógico.