“Agora eu era Herói, de Lindomar Araújo, é um livro que traz ao leitor a boa sensação de não ter perdido tempo ao chegar ao ponto final. Tem-se a impressão que a narrativa progride no compasso de muitas sinfonias clássicas, que começam em ritmo cadenciado e deliberadamente lento e vão cedendo espaço para andantes mais intensos e acelerados, alcançando o clímax com movimentos de grandiloquência e dramaticidade, atingindo a alma de quem escuta – no caso, de quem lê – e descendo à calmaria ao final, com um desfecho reconfortante para o espírito.
Como se trata de uma autobiografia, o ponto final não é um ponto final, é uma vírgula, a qual abre caminhos para mais vida e mais descobertas, mais inquietações e realizações nas andanças do autor.
O livro, de maneira indireta, pode servir também àqueles que buscam encontrar, em vivências alheias às suas, pontos de referência edificantes, bastante comuns na chamada literatura de autoajuda. Isso concede ao livro, de modo bastante peculiar, um valor agregado surpreendente, exemplos de força motivacional podem ser captados ao longo da leitura, sem o linguajar quase didático e às vezes técnico que caracteriza esse tipo de publicação.”
“A vida de Lindomar, até onde é contada, é construída a partir de felizes lampejos narrativos extraídos dos labirintos e dos espaços arejados da memória – memória pródiga e focada nos episódios de mais apelo ao que efetivamente interessa. Alguns acontecimentos são descritos com tamanha vivacidade que é difícil não acompanhá-los como quem acompanha um filme, um thriller de suspense ou uma aventura em lugares exóticos – como se pode verificar em suas aventuras e desventuras na Amazônia, com vegetação exuberante e umidade quase sufocante e num meio diametralmente oposto: os desertos secos, estéreis, de vegetação rara e atmosfera rarefeita nas fronteiras crestadas pelo Sol na América do”“A vida de Lindomar, até onde é contada, é construída a partir de felizes lampejos narrativos extraídos dos labirintos e dos espaços arejados da memória – memória pródiga e focada nos episódios de mais apelo ao que efetivamente interessa. Alguns acontecimentos são descritos com tamanha vivacidade que é difícil não acompanhá-los como quem acompanha um filme, um thriller de suspense ou uma aventura em lugares exóticos – como se pode verificar em suas aventuras e desventuras na Amazônia, com vegetação exuberante e umidade quase sufocante e num meio diametralmente oposto: os desertos secos, estéreis, de vegetação rara e atmosfera rarefeita nas fronteiras crestadas pelo Sol na América do…