A camisa da seleção brasileira de futebol masculino passou a representar de uns tempos para cá, a adesão a um grupo político considerado de direita e até de extrema-direita no Brasil. Desde março de 2015, a camisa principal da seleção foi inicialmente usada em manifestações a favor do impeachment da então presidenta Dilma Rousseff, e, posteriormente, em apoio à candidatura e ao governo do atual presidente Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, uma parte dos torcedores se opôs à guinada conversadora da política nacional e se recusou a vestir a amarelinha durante os últimos anos, inclusive durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Como isso ocorreu? Qual o papel e a responsabilidade do jornalismo inserido no programa “Fantástico” da Rede Globo de Televisão? São essas as questões que Mattheus Reis Guedes Cavalcanti tenta responder em seu livro de estreia. Essas questões estão muito bem problematizadas em “Amarelo desbotado”. Mais do que respondê-las, Mattheus as escrutina, se debruça sobre elas, as trata com esmero e estuda suas origens e consequências.