A Revolução de 5 de Dezembro encontrou a sua sanção legal nas eleições gerais de 28 de Abril do corrente ano. Não tiveram essas eleições o carácter plebiscitário, nem visaram a resolução do que continuo chamando, cada vez com mais fortes razões, o Equívoco Nacional: foram, sim, a consagração do principio da Ordem, encarnado, pessoalmente, no sr. Sidónio Pais. Dar um outro significado a essas eleições é afirmar uma deplorável má-fé ou uma lastimável ignorância da psicologia nacional. As palavras da nossa conferencia que hoje se publica não perderam da sua virtual oportunidade. O sr. Sidónio Pais tem ao seu lado a Nação inteira, enquanto representar o principio da Ordem. É a sua pessoa que nos dá garantias de que esse principio é respeitado: constatar isto, é reconhecer os inabaláveis sentimentos conservadores da Nação. E como o regímen republicano que é diferente da pessoa do sr. Sidónio Pais, não merece confiança à Nação, esta, nas eleições de 28 de Abril, manifestando-se como se manifestou, deu provas evidentes do seu sentir monárquico, cercando os deputados e senadores monárquicos de uma votação bem significativa. A situação política só se esclarecerá definitivamente no dia em que a Nação puder responder livremente à pergunta que se lhe faça sobre as instituições políticas que prefere. Por ora, sabemos isto apenas: a Nação é conservadora, e aclama quem lhe garantir, eficazmente e honradamente, o principio da Autoridade. Nada mais. 10 de Maio de 1918. …..