Sem dúvida, Jesus foi um revolucionário cuja proposta estava bem à frente de seu próprio tempo. Basta uma rápida averiguação na cultura do Oriente Médio daquela época para constatar o que digo. Era comum que rabinos iniciassem os encontros no templo dizendo: “Bendito sejas Tu, Senhor, porque Tu não me fizeste mulher.” Jesus perturbou tal ordem ao permitir que mulheres se tornassem discípulas. Nem mesmo na Grécia, com todo o seu avanço no campo do conhecimento, podia-se encontrar mulheres entre os discípulos de grandes mestres da filosofia. Ouso dizer que ninguém jamais atribuiu valor à mulher quanto o carpinteiro de Nazaré. Todavia, em pleno século XXI, muitos dos que se dizem seguidores de Cristo continuam a depreciar o papel da mulher na sociedade. Acham-se no direito de delimitar sua atuação ao perímetro doméstico, como se a estabilidade de nossa civilização descansasse sobre isso. O anacronismo de muitos setores da igreja revela seus traços sexistas quando o assunto é o sacerdócio feminino. Apesar de respeitar os discordantes, quero expor aqui algumas razões pelas quais defendo a ordenação feminina, tanto ao pastorado, quanto ao diaconato.