Jacinto juntou as mãosE bem baixinho entoouUm canto de gratidãoQue seu pai lhe ensinouA cantar quando queriaUm conselho ou um favor.
Cantou pensando em ApoloE depois chamou seu nome.Disse: “Não aguento mais!A saudade me consome!Volte a iluminar AtenasE nos seus braços me tome!”
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O encanto se faz no instante em que os olhos enxergam aquele que o desperta. A linha tênue entre encanto, paixão e amor perpassa a possessão. Se um deus se apaixona por um mortal, extrapola as barreiras do senso em busca de seu desejado prêmio. Principalmente se o tesouro for o coração do jovem ateniense Jacinto. O excesso de pretendentes do mortal pode ser um entrave para Apolo. Ou não. Na guerra e no amor tudo é válido.
O amor de Apolo e Jacinto é uma releitura do mito grego contado desde o século II a.C., em formato híbrido entre o cordel e a epopeia. São mais de duzentas estrofes de romance e ciúme, divididas em 7 cantos, com ritmo e o sotaque próprios do Nordeste brasileiro.