Abelardo era um chocolate daqueles bem doces que as crianças adoravam. Todos na sua família eram doces como ele. O tio Teobaldo era doce e recheado. O pai, Benjamin, tinha recheio de amendoim. A mãe, Dona Zuleide, era chocolate ao leite. Os irmãos Teco e Beija tinham um recheio de ameixa. E ele, Abelardo, tinha amêndoa para todo lado. Mas ele achava chato ser sempre doce. Assim, com seu paladar apurado, às vezes mordia um pedacinho de sua mão para sentir seu próprio gosto e ficava enjoado. Por que eu sou tão doce? Eu não podia ser amargo? Questionava Abelardo chateado.