As parábolas constituem um dos mais belos e atrativos estilos de literatura que as Escrituras apresentam. Esta obra tem por objetivo investigar o conteúdo das parábolas, bem como a relação que há entre elas. Para este estudo, as parábolas foram tomadas dentre o seu contexto cronológico, fundamentado em diferentes autores da Harmonia dos Evangelhos. Foi desenvolvido também a partir do sistema de paralelismos da poética hebraica, especialmente de quiasmos. Num primeiro momento, demonstra-se que as parábolas constituem não apenas simples comparações feitas pelo Senhor Jesus, mas revelações de verdades a respeito do reino de Deus. Estas revelações têm por alvo uma resposta decisiva de arrependimento e fé, por parte dos ouvintes/leitores das parábolas. Devem ser interpretadas observando-se o contexto, o fundo cultural, estilo literário, símbolos, entre outros aspectos, especialmente confrontando-as com a teologia bíblica das Escrituras como um todo. O Reino de Deus constitui-se no assunto principal de todas as parábolas. Entre as diversas interpretações a respeito do reino, constata-se que o “Reino de Deus em processo de realização” é a interpretação que mais se harmoniza com uma exegese coerente das parábolas. Considerando-se este pressuposto, as parábolas foram analisadas sob três diferentes aspectos. Primeiramente foram agrupadas as parábolas que tratam da inauguração do Reino de Deus neste mundo e seu processo de implantação. Como o Reino suplanta o antigo regime da Lei, sua influência sobre as pessoas e sobre o mundo e como efetivamente foi inaugurado e manifestado no mundo, são alguns dos aspectos revelados neste grupo inicial de parábolas. Um segundo grupo trata especialmente da maneira pela qual o Reino de Deus cresce em suas dimensões, não qualitativas, mas quantitativas, ao serem as pessoas acrescidas ao mesmo. Pessoas, estas, que precisam ser buscadas e admitidas pelo Reino, pois não podem salvar-se a si mesmas. Entretanto, ao serem buscadas pelo Reino precisam corresponder positivamente ao convite. De acordo com esta resposta é que o Reino classifica as que são dignas de fazerem parte do mesmo. O terceiro e último grupo trata das parábolas concernentes à consumação deste Reino. Uma vez inaugurado, torna-se evidente que chegará a sua plenitude no momento em que o Rei deste Reino voltar. Neste momento haverá um juízo simultâneo sobre todos os seres humanos, que serão julgados de acordo com a sua resposta ao convite feito pelo Reino. Como consequência deste juízo, o Rei do Reino dará o veredicto final e contas serão ajustadas com cada indivíduo. Além da contribuição teológica, fazendo uma análise das parábolas em seu conjunto e propondo uma teologia das parábolas, a presente obra também pretende contribuir com seus aspectos hermenêuticos e exegéticos, servindo assim como subsídio para estudos bíblicos, pregações, devocionais e também para aulas em instituições teológicas. Desejo a todos uma ótima leitura! Claiton André Kunz