O objetivo do livro “Felicidade e finitude em Tomás de Aquino” é analisar a busca pelo bem supremo da pessoa humana, que é a felicidade, neste mundo contingente e finito, em que a criatura humana está inserida na condição de finitude e um ser para a morte. Na síntese tomista, toda criatura que procede do ser, no sentido plotiniano, retorna teleologicamente ao seu princípio primeiro e último, Deus, principalmente a pessoa humana, porque o ser, o “actus essendi”, pela presença e imanência no ato de existir, é o primeiro objeto a ser reconhecido e apreendido pela alma intelectiva, a alma racional. Contudo, esse caminho e itinerário de retorno ao princípio supremo, mesmo sendo ontológico, requer o agir humano para atualizar-se. Afinal, a natureza da alma intelectiva constitui-se, permanentemente, em realizar passagens da potência ao ato, seja no âmbito do conhecer, seja no âmbito do agir. Por isso, a beatitude é algo construído pelo agir moral, isto é, pela atividade da vida ativa e da contemplativa, culminando com a contemplação dos efeitos da divina essência, porque o homem não sai pronto das mãos de Deus. Seu ser, seu caráter, à luz das faculdades da razão e da vontade e da infusão da graça divina, em todos os níveis de atuação, sempre em busca do bem supremo, é engendrado no decorrer de sua existência.