Ao conversar certa vez com um padre sobre ter escrito alguns poemas, ele disse-me que eu deveria publicá-los. – Era uma época em que eu morava em Bertioga, litoral de São Paulo -. Aquilo foi incrível, pois eu não sabia ao certo se eu era poeta. Eu até tinha o sonho de ser escritor, mas ser poeta, era demais. Alguns dos poemas, inclusive, me saíram meio que sem querer, espontaneamente, rapidamente. Isto tornava o “ser poeta” mais grave ainda, como era possível? Sentar-se e, de repente, “bum”, um poema, simples assim. Sentia-me mesmo culpado, é bem verdade. Até ler Leminski: “Um bom poema leva anos”. Sim, ler o poema do Leminski me confirmou! Eu não os havia escrito da noite para o dia. Aqueles poemas estavam comigo há anos, talvez décadas. E agora, nas palavras do padre: “precisavam ser libertados”. Espero que seja libertador para você lê-los, caro leitor, tanto quanto foi para mim escrevê-los e, agora, publicá-los, quer dizer, libertá-los. Boa leitura!