Sinopse: Tomás acorda de um coma em uma época à frente de seu tempo e descobre em 2333 um mundo renovado: o Brasil se tornou um país admirável e as pessoas são educadas e altruístas. Atormentado por memórias desconexas, ele desvenda seus vínculos e segredos implicados nessas modificações. Alternando capítulos no presente e no passado, a vida de Tomás é retratada numa trajetória de 350 anos.Misturando divulgação científica com um enredo envolvente e reflexivo, Uma encomenda para um novo mundo traz importantes questões socioambientais para os fãs de ficção científica.Orelha:"Qual o sentido de escrever uma ficção científica neste tempo em que a realidade é mais inverossímil que qualquer distopia? Pela definição clássica de Todorov, o fantástico nada mais que é um bêbado que se equilibra entre o estranho e o maravilhoso; em outras palavras, um escrito que se camufla nos sendeiros do que é real, possível e improvável (o estranho), e o que é impossível. Com isso, cria-se ao leitor a incerteza; com argúcia e técnica do autor, somos levados a um sítio desconhecido que, embora seja irreal, tenha sua fantasmagoria calcada exatamente na semelhança com fatos do cotidiano. Vale dizer, a fórmula do ‘romance fantástico’ pode ser usada como forma para a ficção científica. Acrescenta-se um elemento temporal distante (digamos, o ano 2333) e/ou um elemento espacial longínquo (digamos, o planeta Shikasta) e voialà: uma terra fecunda para a narrativa de alegorias do Homem – não de seus picos e suas glórias, mas sim de seus vales e de suas maiores vergonhas. Deco Sampaio sabe destas lições – não apenas pelo conhecimento de distopias ficcionais, mas por ser um cidadão fincado nos problemas de nosso tempo. Se, de um lado, é um leitor de fantasmagorias, do outro, mostra-se lastreado e consciente de nossas mazelas. E, se há uma fórmula para solucionar a confecção deste Encomenda para um Novo Mundo, talvez seja esta: o conhecimento da tradição ficcional somada com a necessidade de intervir no meio ambiente. Um pé no tecido dos sonhos das escrituras, o outro fincado em sua terra (vermelha e que pede desesperadamente por ajuda). Seu livro é, portanto, o resultado disso tudo: o conhecimento dos antecessores, a preocupação com o futuro, o lirismo emaranhado com previsões sombrias e iluminadas. Inscreve-se na categoria das obras que duvidam da capacidade do humano se autogerir, como Fahrenheit 451 e Admirável mundo novo. Além disso, inaugura um nicho de preocupação ambiental, um tema poucas vezes explorado com a perícia vista em Encomenda para um Novo Mundo. Ao entrar neste romance, o leitor terá a impressão de adentrar em concerto de uma orquestra. Sentirá a polifonia das vozes, as influências organizadas pela batuta de um leitor experiente e autor talentoso; sentirá as notas dos grandes autores, que fizeram e fazem a cabeça de Deco Sampaio e vislumbrará o futuro, muitas vezes tenebroso. Terá nuances de bom humor, de expedientes dignos de clássicos policiais e será envolvido por completo, de uma maneira que só a Literatura consegue. Ao sair do concerto desta orquestra, tenho certeza, o leitor terá uma só impressão: precisamos olhar para o futuro. Precisamos cuidar do planeta. Precisamos ler mais." MARCOS PERES (Autor de O Evangelho Segundo Hitler - vencedor do prêmio Sesc (2013) e São Paulo de literatura (2014). Sobre o autor: DECO SAMPAIO nasceu em 1979, em Londrina-PR, morando a maior parte de sua vida entre Maringá e Curitiba. É engenheiro florestal pela Universidade Federal do Paraná e doutor em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá, além de compositor e escritor. É um dos fundadores e coordenador de projetos da ONG Sociedade Chauá. Uma encomenda para um novo mundo é seu livro de estreia e foi vencedor do Prêmio Wattys 2016.Leia mais