Ao me deter para ouvir e compreender as (im)potentes vozes dos sujeitos subalternizados, na escola, nas ruas, nas redes sociais, busco refletir sobre alguns dos movimentos que poderiam vir a ser incitados por essas vozes, principalmente os questionamentos que elas poderiam suscitar ao pensamento discursivo hegemônico e às praticas pedagógicas que tratam a linguagem como um campo de questões resolvidas e consolidadas. Nesse sentido, empreendo uma reflexão em que investigo as (im)possibilidades de produção de saberes em meio às experiências de dominação/subalternização a que são submetidos cotidianamente, na escola e na vida, os filhos e filhas das classes populares, partindo de algumas das questões que têm mobilizado meu pensamento e esforço de mediação como professor de linguagem. Dentre essas questões, refletido sobre as (im)possibilidades da linguagem constituir-se como instrumento de luta na desconstrução das subalternidades. Em termos mais específicos, detenho-me sobre algumas resistências cotidianas ao ensino da língua de poder e como elas podem vir a configurar outras formas de aprender e de produzir conhecimentos.