Na sua mais ampla aceção, a mesa remete para universos onde interagem produtos, pessoas e ideias. Espaço de sobrevivência, mas também de deleite, de formação, de culto e de sociabilidade; cada mesa retrata mentalidades, serve de metáfora de valores, abre lugar à transformação de quem nela interage e participa. A mesa constitui-se, assim, como espaço de sentidos quer fisiológicos quer intelectivos. Da experiência sinestésica proporcionada pelos bens alimentares e ambientes que os envolvem nasce a Mesa dos Sentidos. Indissociável da mesa são os numerosos significados de natureza cultural, política, religiosa, estética, ética, social e económica que lhe reconhecemos. Esses Sentidos da Mesa são captados e comunicam-se sob variadas formas de discurso (escrito, oral, pictórico ou material). A presente obra está organizada em dois volumes, contendo seis partes e um total de 37 capítulos.Os 16 capítulos que compõem o volume I estruturam-se em torno de três temáticas centrais. A perceção sensorial de alimentos e ambientes é tratada na Parte I (Sentidos à Mesa). A relação harmónica ou conflituosa entre alimentação e saúde discute-se na Parte II (Mesas terapêuticas, mesas saudáveis e mesas malsãs). Os condicionalismos de ordem gustativa, biológica ou económica por detrás da alimentação servem de pilar aos estudos da Parte III (Mesas de delícias, mesas de sobrevivência e mesas económicas).