Nos últimos anos têm se falado muito sobre Autismo. Parece que somente agora o mundo acordou para este tema, apesar de sempre ter existido. O assunto ganhou muita repercussão, foi visto nos programas das principais redes de televisões no mundo, sem falar das redes sociais. Apesar de causar muita comoção, o espectro só interessa de fato, para quem o vivencia, como qualquer outra situação da vida.
Quando ouvi sobre Autismo pela primeira vez, foi através de um colega de trabalho se referindo ao meu filho. Eu me lembro bem da maneira assustada e intrigada como fiquei ao perceber que, talvez, meu filho pudesse ter Autismo. Foi uma longa jornada em busca de respostas para algo que eu via diferente nele, mas agora todas aquelas minhas inquietações poderiam ter ganhado um nome: Autismo.
O sentimento de encontrar uma resposta tem dois lados: o libertador e o assustador. Eu acreditava que quanto mais eu tivesse respostas, mais eu teria controle sobre a situação. Assim, começou outra etapa de buscas, agora com um objetivo claro, encontrar mães que passaram ou estivessem passando pelo mesmo que eu. Eu queria ter uma ideia de como seria minha vida daquele momento em diante, mas qual foi a minha surpresa quando percebi que havia muito pouco, para não dizer quase nada sobre histórias de mães com filhos autistas. Encontrei muita informação médica sobre o tratamento, porém pouquíssimo sobre minha sobrevivência com o transtorno do espectro autista (TDA). Eu queria ter a certeza de que meu mundo não iria acabar e que tudo ficaria bem.
Hoje, alguns anos depois de receber o diagnóstico dos meus três filhos, eu entendo que encontrar respostas para o Autismo pode ser cada vez mais desafiador em nosso mundo. E não poucas vezes teremos que viver sem encontrá-las. Agora sinto que tenho uma missão e quero trazer através dessa nossa história tão íntima e pessoal, o consolo e a certeza de que “existe vida após o Autismo”.