Usando dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica (2020), que, na parte final do relatório avalia sucintamente a situação de cada estado e sua capital, podemos ter uma ideia mais aproximada da inépcia geral do sistema atual de ensino, que levou a BNCC, assustada e num ato falho, a pedir a “recriação da escola”. Tentaremos, neste livro, reforçar esta súplica da BNCC, embora entenda que, na situação atual, não exista condição nenhuma para imaginarmos algo sequer próximo do que seria “recriar a escola”. O termo em si solicita “outra” escola, pois a atual faliu por completo, embora não esteja no alcance de uma BNCC cuidar disso, porque, como sempre, cuida de conteúdo que existe para ser repassado religiosamente ou alfanumericamente: todo conteúdo, mesmo chamado de “habilidade”, é marcado alfanumericamente para que não escape e possa ser cobrado implacavelmente. Aprendizagem, porém, não é cobrada, a ponto de, mesmo com dados absurdamente catastróficos, não se notar nenhuma reação em contrário, a não ser o gesto ingênuo da BNCC. Esta ainda tenta inventar algumas ideias diferentes, como itinerário formativo, projeto de vida, protagonismo juvenil, insiste na educação socioemocional e tecnológica, mas como não tem poder para mudar o professor, a pedagogia, a aula, a prova etc., vamos remar no mesmo barco furado, talvez de novo e sempre remendado para tapar o sol com peneira.