Enquanto Eva colhia algumas flores para fazer óleos essenciais, ela refletia sobre a vida, e recordou-se de um ditado incontestável: “Não grite sua felicidade a inveja tem sono leve.” Ah, a inveja… O que é a inveja para você? Ei… é com você que estou falando! A inveja para Eva é o amor contaminado pelo ódio. Lúcifer foi o primeiro invejoso, ele amou tanto Deus, e os atributos dele, que sentiu invídia ou mesmo ódio, perante o que Deus É. Pois a Deus pertencem todas as coisas e Nele está concentrado todo o poder. Algumas abelhas pousaram em Eva, mas ela não se importou, pois é apaixonadíssima pelas abelhas, e o mel é tão maravilhosamente doce que consegue afastar o fel da sua vida. Eva voltou sua atenção para o tema da inveja, e este tema não é nada doce. A inveja na verdade é fel, é um sentimento de desejo de ter exatamente o que o outro tem, ou ser o que o outro é. Eva notou que o sol estava se pondo, e contemplar o pôr do sol é outra coisa que ela adora fazer, então contemplou com deleite aquele espetáculo de Deus. O oposto da inveja para Eva é admirar… maravilhar-se com o outro pelo que é ou tem. É se inspirar nas qualidades do outro e podar a que há de ruim em si. A inveja impede que o invejoso desenvolva os talentos que Deus lhes deu, pois quer os talentos dos outros. Afinal, Deus deu dons a todos os capacitou seus seres para cuidar do planeta que emprestou a eles. O invejoso tenta destruir o ser invejado, mas o inverso também é verdade, pois deixar de desenvolver seus dons, e mata o ser maravilhoso que poderia vir a ser. Eva comodou-se melhor no banquinho que estava sentada, e virou-se quando escutou Richard chamar por ela. Ele caminhava em sua direção, por entre as flores, e tinha um sorriso radiante na face e um banquinho na mão.– Oi, minha abelha rainha – Richard falou, colocou o banquinho perto dela, esentou-se.– Sou sua abelha rainha? – perguntou derretida.– É…– Você só não pode ser meu Zangão – Eva disse muito séria.– Por quê? – Richard fingiu não saber o triste fim dos zangões.– O zangão morre quando acontece a cópula – ela explicou.– Fala da pequena morte? – falou malicioso.– Não. A morte é gigante…pois seus órgãos genitais ficarão presos no corpoda rainha.– Tudo bem, eu topo – falou com um sonoro sorriso.– Richard! – Eva falou rindo também.– Pois, eu li que a visão e olfato do zangão é capaz de detectar rainhasvirgens até dez quilômetros de distância.– E ficou roxo de inveja, pode confessar – eva brincou.– Fiquei sim… é uma façanha e tanto.– De Deus ou do Zangão?– Sempre de Deus, afinal capacitou o bichinho para isto.– Você está bem, Richard? – perguntou, olhando nos olhos dele.– Sempre estou bem quando estou com você – confessou.– Idem.– E se me convidar para morar no sitio, eu aceito.– É mesmo…?– Sim. Estou precisando seguir algumas recomendações médicas – faloumuito sério.– Seu medico lhe recomendou viver no campo?– Viver perto de quem faz bem para o meu coração.– Você nasceu sedutor ou andou frequentando um curso disto?– Nasci perito nesta área.– Então, nasceu perigoso – Eva disse rindo muito.– Eu sou puro perigo, meu bem.– Estou vendo que é…– E?– E o quê?– Estou esperando o convite – falou rindo.– Nem brinque com isto?– Por quê?– Não daria certo.– Como sabe?– Apenas sei…– Não tem como conhecer o caminho que não trilhou – ele disse sério.– Relacionamentos são complicados – lembrou-o.– Não acho complicado ficar com você…– Tem apenas pequenas doses de mim – disse séria, olhava nos olhos dele.– Como faço para ter todas as doses? – Ele também falava sério.– Não terá…– Vou reformular a pergunta, ok?– Ok…– Como faço para ter um pouco mais?– Não me pressione – ela pediu.– Não farei, prometo.– Eu sei…– Então, voltou a confiar em mim? – perguntou com um largo sorriso.– Só uma pouquinho – disse, e mostrou com os dedos.– É melhor que nada.– Posso te pedir uma coisa?– O quê?