Salomon Maimon (1753-1800) é um dos filósofos mais agudos, originais e complicados – e certamente uma das personalidades mais fascinantes – do século XVIII. Ao conceder o princípio da razão suficiente validade ilimitada, Maimon abraça uma forma radical de racionalismo. Os seus critérios robustos para a validade do conhecimento sugerem que mesmo a tentativa de Kant de limitar as alegações epistemológicas ao reino da experiência possível não pode ser assegurada sem um compromisso ontológico substancial. Kant enfrenta uma escolha severa: ou adota elementos da metafísica dogmática, racionalista e metafísica que ele propôs desafiar, ou aceita que o seu sistema é minado pelo ceticismo. Ao revelar o que vê como as implicações céticas do racionalismo, Maimon levanta objeções importantes ao idealismo crítico de Kant, bem como desenvolve uma visão profunda sobre os problemas da experiência e da givenez. As suas afirmações “céticas e racionalistas” sobre a natureza e os limites da cognição humana apresentam uma perspectiva distinta sobre o projeto kantiano do idealismo transcendental, bem como sobre questões epistemológicas centrais sobre a relação entre o pensamento e o mundo. O eminente estudioso alemão, Manfred Frank, sugeriu recentemente que Maimon é o “último grande filósofo” prestes a ser descoberto.