Pode haver tanta controvérsia filosófica sobre como distinguir o naturalismo do não naturalismo como sobre qual a visão correta. Apesar desta divergência generalizada sobre o teor do naturalismo e do não naturalismo, existe um consenso considerável sobre o estatuto de certos relatos filosóficos historicamente influentes como não naturalistas. Em particular, existe um consenso generalizado de que o relato da bondade de G.E. Moore na Principia Ethica é uma conta paradigma não naturalista. Com efeito, se uma amostra representativa dos filósofos contemporâneos fosse convidada a nomear um não-naturalista em meta-ética, então o nome de Moore quase certamente predominaria. Para o bem e para o mal, a discussão de Moore sobre o não-naturalismo moldou profundamente ameta-ética do séculoXX. Thomas Baldwin não estava a exagerar muito quando afirmou que, “a teoria ética britânica do século XX é ininteligível sem referência à Principia Ethica; a sua história até 1960, ou seja, resumidamente, que, embora Moore tenha sido considerado como tendo refutado o “naturalismo ético”, a própria marca de “não naturalismo ético” de Moore foi pensada para fazer exigências metafísicas e epistemológicas inaceitáveis; então o único recurso foi abandonar a crença numa realidade moral objetiva e aceitar um emotivista, prescriptivista ou antirrealista, contando valores éticos.” (Baldwin 1990: 66) Os mais recentes defensores de teorias não naturalistas (por exemplo, Shafer-Landau 2003, Enoch 2011 e Parfit 2011) muitas vezes distinguem as suas contas das de Moore de várias maneiras, mas poucos se algumas contestam que a conta de Moore é paradigmicamente não naturalista.