Bertrand Russell (1872-1970) descreveu a sua filosofia como uma espécie de “atomismo lógico”, pelo qual pretendia apoiar uma visão metafísica e uma certa metodologia para fazer filosofia. A visão metafísica equivale à afirmação de que o mundo consiste numa pluralidade de coisas independentes que exibem qualidades e se mantêm nas relações. De acordo com o atomismo lógico, todas as verdades são, em última análise, dependentes de uma camada de fatos atómicos, que consistem em um simples particular exibindo uma qualidade, ou múltiplos detalhes simples em pé numa relação. A visão metodológica recomenda um processo de análise, pelo qual se tenta definir ou reconstruir noções ou vocabulários mais complexos em termos de mais simples. Este processo revela frequentemente que o que tomamos para ser necessidades brutas são, em vez disso, puramente lógicos. De acordo com Russell, pelo menos no início da sua fase atomista lógica, tal análise poderia eventualmente resultar numa linguagem contendo apenas palavras que representam simples particulares, as propriedades simples e as suas relações, e constantes lógicas, que, apesar deste vocabulário limitado, poderiam capturar adequadamente todas as verdades.