As imagens do tarot de Marselha sempre me instigaram pelo caráter medieval, e de como estas imagens medievais ainda estão vivas e circulam nas mentalidades contemporâneas muito mais às vezes que no tempo que a eclodiram. Segundo Pilar Férreas” O Tarot é o livro mais antigo que se conhece. Atribuído a Hermes Thot, foi trazido para o ocidente pelos ciganos, e durante muito tempo foi considerado apenas como um tratado de magia e instrumento de adivinhação. Hoje, graças aos estudos de Eliphas Levi, Papus e outros, sabemos que é um tratado de filosofia hermética. O livro é composto de duas partes bem diferenciadas: os arcanos maiores e os arcanos menores.Os arcanos menores divididos em quatro partes de quatorze lâmina cada, indicam os Quatro caminhos que podem levar todos os seres humanos a auto realização. Cada um desses caminhos – denominados ouros, espadas, copas e paus, está relacionado com um elemento: terra, água, fogo e ar, respectivamente”, ou seja, captam em imagens medievais a complexidades e transformações por qual passam o ser humano, tanto que o poeta francês Gerard de Nerval admirava a carta da lua, e se sua vida não foi uma representação desta na existência do poeta. Às vezes tento entender a meu jeito, o que pode uma carta ser, outra, atenho-me ao sentido que esta pode proporcionar na edificação deste imaginário, duma estrutura predeterminada de temas dos quais deveria seguir até o derradeiro por essa ordem preestabelecida