O Manifesto traz a experiência da autora diante das violências estruturais e cotidianas que perpassam sua vivência e das pessoas que possuem transtorno(s) mental(is). Debate a Psicofobia. Traz à tona torturas institucionais e domésticas; problematiza o internamento psiquiátrico e as falácias das classificações ‘delirantes’ da psicopatologia. Faz uma dura crítica à Ordem Mundial, principalmente por conta do seu caráter impositivo, coercitivo e violador. A partir de uma noção cunhada por Yuri Torres Paes Tripodi – Mente como Dispositivo de Controle – tece considerações sobre o desequilíbrio psíquico e como a estruturação da sociedade contemporânea promove o adoecimento e exclui, silencia e julga o sujeito neuro-divergente e(m) sua manifestação. Traça um breve histórico sobre a relação entre Raça, Psiquiatria e as políticas republicanas na pesquisa sobre eugenia e transtornos mentais no Brasil. Traz, na reflexão, uma distinção entre Loucura e transtorno mental – na proposição de Loucura como uma Ética de existência. O livro é um testemunho de sua experiência em um modo de organização da vida que instaura uma perseguição – política – contra corpos insubmissos e que contestam a realidade de forma enfática e consistente. Um retrato de uma luta contra violências e violações perpetradas por um sistema que autoriza a opressão que assola corpos neuro-dissidentes. A Verdade como Ética e a luta por uma sociedade de Direitos é a base da negação à Ordem Mundial. Para que(m) está servindo o dispositivo é uma das perguntas-chave para o entendimento dessa crítica. Com o Poder e a Força de sua experiência espiritual, enfrenta, sem medo, a física do poder e nega o controle total sobre as mentes e a matéria.