você sabe quem sou eu? eu também não. mas eu sei que todo herói de verdade possui uma jornada de autodescoberta, a tão famosa jornada do herói, também sei que não sou um herói de verdade.em meu sétimo livro publicado, me perco no meu próprio labirinto. usando e abusando de metáforas, em 49 perguntas e 50 poemas eu proponho um exercício de autorreflexão cujo objetivo é encontrarmos juntos a saída do labirinto: as respostas que nós tanto procuramos.ps: este livro é um compilado de perguntas sem respostas. não se iluda, apesar de tantas perguntas, nada é respondido por aqui.
“o herói sem jornada” me diz que cada pessoa é heroína de si – e ainda não sabe disso. fel noites disserta, em versos, sobre a não-jornada, a via do autoconhecimento, que passa brevemente pela autopiedade, longamente pela autocrítica, amargamente pela autofagia e generosamente pela devolutiva do amor próprio. o poeta alcança um ponto que a língua não ousa roçar: nas entrelinhas do céu da boca, há o gosto de fumaça, o rubro sangue no asfalto, um término amargo e, sobretudo, a possibilidade. ter uma jornada definida, redonda e fechada, não é tão necessário assim.guilherme aniceto
“terminei o livro e como sempre achei de uma sensibilidade tremenda. fel noites é muito corajoso em falar de tantas coisas que muitos não conseguem, de uma forma que a gente se identifica e reflete: se mais gente passa por isso, talvez a gente possa ter esperança de conseguir lidar!”fran bombassaro
“fel noites é um poeta necessário. necessário por mostrar que para fazer poesia, idade, experiência de vida, são apenas alguns elementos. fel tem fôlego. tem sensibilidade e transpassa ao leitor essa corrente elétrica que o incomoda. poemas que fogem ao formalismo e que tomam a forma de uma breve conversa de fim de tarde, um desabafo para o teto, um monólogo que indica que basta ser para… sentir. são poemas corajosos, de quem não tem medo de se abrir. são poemas (auto)reflexivos, o suspirar de um jovem pós-moderno que observa o vai e vem dos carros, das pessoas, das sensações. com “o herói sem jornada”, o poeta empunha sua espada (caneta), olha para todos ao seu redor e golpeia o vento. ai de quem se sentir atingido. um sentimentalismo questionador. a brevidade das relações, “tudo muda”, e “tonto, de tanto girar”, de espada empunhada, volta a procurar um trilho a seguir. e sufocando-se, despindo-se da armadura que lhe vestiram a contragosto, o herói percebe que lutar é o único remédio conhecido até então.”emerson dantas e pimenta