Mesmo sem se pronunciarem, os meus alunos transpiravam desconfiança própria quando apresentandos diante da obrigatoriedade de produzir um texto consistente. Era como se, silenciosamente, eles estivessem me acusando de não perceber as suas incapacidades de serem escritores de uma dissertação, por exemplo. Enquanto isso, vi muitos colegas que percorriam dois caminhos muito conhecidos do magistério: a crença de que os alunos seriam capazes de produzirem um texto bom ou a crença de que jamais eles conseguiriam fazê-lo. Me ambos os casos, eu presenciei fracasso. Isto é, a dificuldade a ser contornada, a competência envolvida, ia além da positividade do mestre: tinha algo do aluno e também do mestre. O rosário de justificativas vinham dos dois lados: falta de pré-requisitos, falta de tecnologia, falta de livros na biblioteca, falta de tempo, falta de cobrança, falta de crença positiva do professor.