Este livro – unindo as perspectivas historiográfica, antropológica e musicológica – busca examinar aspectos fundamentais da música indígena brasileira, particularmente a sua dimensão social e a história de sua apropriação e restrição pela cultura ocidental. Busca-se, sobretudo, refletir sobre a inadequação de abordagens que – até a primeira metade do século XX e em alguns casos persistindo ainda hoje – examinaram a prática musical indígena a partir de critérios de escuta e de anotação exclusivamente calcados nos parâmetros ocidentais. O texto intenta refletir sobre as distorções que podem surgir com o deslocamento de uma determinada produção cultural para fora de seu contexto.