Entre os humores de uma realidade forjada no aço e a indiferença dos olhos há um lugar… O dia era sempre estranho naquelas horas que antecediam o calor forte do sol que a tudo desperta. O cheiro das ruas molhadas subia denso, preguiçoso e fresco, mesclando-se com a umidade que escorria das árvores em redor, num crescente que poderia engolir o mundo – mas que logo sumiria para dar lugar a cidade. E encolhida abraçando os joelhos sob uma marquise estava Aurora, observando e esperando a sua vez.