“A pesquisa de Rafael Duarte de Moura percorre o período que parte antessala do Século XX alcançando a Primeira República, para discutir os efeitos da laicidade nos vários espaços relacionais públicos e privados, estatais e individuais. A ele interessam as dimensões vivenciais do súdito, do cidadão e do fiel que podem estar fundidas na mesma pessoa, tendo em vista a forma como se relaciona com os demais e como o Estado expressa seus variados campos de regulação e/ou de atuação.
Absorvendo o papel do historiador que, sem julgar, procura compreender na dificuldade e em meio ao dissenso engendrado pela variedade das convicções, inclusive daquelas ligadas à fé, o autor lastreou sua pesquisa em fontes teóricas variadas e procurou desvendar todo o espectro formativo da experiência brasileira da relação entre Estado e Igreja em sua expressão desde o período colonial até a complexa teia de tratativas políticas que perpassam o Século XIX, do Império, da escravidão, da construção normativa de um Brasil que vivia o dilema de construir sua autonomia.”
Mônica Sette Lopes