Michael Oakeshott (1901-1990) é frequentemente descrito como um pensador conservador. Mas esta descrição nota apenas um aspeto do seu pensamento e convida a um mal-entendido devido às suas ambiguidades. As suas ideias nascem de uma vida de leitura na história do pensamento europeu, aguçada pela reflexão filosófica sobre os seus argumentos e pressupostos. Oakeshott trabalhou na premissa de que as questões filosóficas estão interligadas e que respondê-las requer uma ampla reflexão crítica. Um tema recorrente nos seus escritos sobre a vida moral e política é a tensão entre a individualidade, que implica pluralidade, e a sua negação, a que chama barbárie. A liberdade individual é ameaçada quando a política é concebida como a busca de ideais. O recente interesse dos filósofos políticos na ideia republicana de liberdade como independência ou nodomina sugere a pertinência contínua do seu pensamento. Tal como o seu interesse pelo realismo político como alternativa ao moralismo. Mas a contribuição de Oakeshott para a filosofia não se limita à filosofia política. Inclui reflexão sobre os critérios para distinguir diferentes modos de pensamento uns dos outros, definindo o inquérito histórico como um desses modos, identificando diferentes conceções de racionalidade e seu lugar no julgamento prático, e distinguindo entendimentos concorrentes do estado moderno. Oakeshott também escreveu sobre religião, moral, educação, estética, Hobbes, e a história do pensamento político.