José Ortega y Gasset (1883 – 1955) foi um prolífico e distinto filósofo espanhol no século XX. Ao longo da sua carreira como filósofo, teórico social, ensaísta, crítico cultural e estético, educador, político e editor da influente revista, Revista de Occidente,escreveu sobre um vasto leque de temas e temas. Entre os seus muitos livros estão: Meditações sobre Quixote (1914), Invertebrado Espanha (1921), O Tema do Nosso Tempo (1923), Ideias sobre o Romance (1925), A Desumanização da Arte (1925), O que é Filosofia? (1929), A Revolta das Massas (1930), En Torno a Galileu Man and Crisis(1933), História como Um Sistema (1935), Homem e Povo (1939-40), A Origem da Filosofia (1943), A Ideia de Princípio em Leibnitz e a Evolução da Teoria Dedutiva (1948). Além destes livros, escreveu também centenas de ensaios e artigos de jornais e revistas, dos quais os mais importantes são recolhidos em doze volumes, vários dos quais traduzidos para inglês, francês e alemão. Os seus principais escritos revelam um desenvolvimento intelectual que atravessou as experiências do mundo da vida articuladas nas perspetivas da fenomenologia, do historicismo e do existencialismo.A perceção de Ortega sobre a vida humana como realidade fundamental e como um “acontecimento”, a sua análise da distinção ontológica entre “ser” e “ser autêntico”, a sua descrição da interação intersubjetiva do “Eu” e dos “Outros” no mundo social, os seus conceitos de “geração”, “contemporâneos” e “co-avaliantes”, e as suas ideias de “perspetivismo”, “vital” e “razão histórica”, combinam-se para alargar e promover a sua filosofia de realidades sociais e históricas humanas. Através destas orientações intelectuais, Ortega preocupou-se com o estatuto epistemológico do conhecimento histórico, e abordou a filosofia crítica da história como a interpenetração de atitudes filosóficas e históricas. A filosofia crítica da história refere-se assim à posição que caracteriza o mundo que conhecemos e em que agimos como produto da atividade e da mente humanas. Assim, Ortega representou o pensador reflexivo “moderno” que abordou a história a partir da filosofia, e cujas teorias da história como fonte de conhecimento humano têm simbolizado a tendência para ligar conceitos de temporalidade e mente históricas. Desafiou abordagens positivistas à história e contribuiu com um aspeto importante para o conceito moderno da história: o princípio de que há conexão e significado na história humana que emana de um princípio de continuidade inerente à vida humana individual.