A obra O Oitavo Dia foi construída a partir da ideia de que a pós-modernidade, a ciência, a estética e a ética e a religião são elementos de uma mesma realidade que a tradição do iluminismo separou. Essa hipótese foi confirmada quando ao longo das discussões sobre as expectativas de um mundo sem males, o qual as descobertas da genética estavam gerando. O autor defende parte do princípio que essa expectativa seria uma visão secularizada de eternidade que é encontrada na tradição teológica cristã. Ao longo da obra fica claro que uma das características da pós-modernidade é a privatização de todos os espaços, inclusive a propriedade sobre seres vivos e o redesign de seres vivos, incluindo os seres humanos. A abordagem não está focada na questão técnica sobre a biotecnologia, mas sim que a funcionalidade técnica e a lucratividade se impõem sobre as decisões científicas. A partir desse pressuposto se justificaria o patenteamento da linhagem genética de seres vivos e seres humanos inclusive. As preocupações bioéticas e o avanço científico deverão andar em diálogo crítico permanente, não no confronto, tendo em vista a sobrevivência das gerações futuras.
Sobre o autor: o professor Euler Renato Westphal é teólogo pelo Theologisches Seminar St Chrischona, da Suíça, e doutor na mesma área pela Escola Superior de Teologia – São Leopoldo, RS. Atualmente é pesquisador – Univille – Joinville – SC e Friedrich-Schiller-Universität Jena – Alemanha, professor titular da Universidade da Região de Joinville e professor da Faculdade Luterana de Teologia, São Bento do Sul-SC. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Bioética, atuando principalmente nos seguintes temas: patrimônio cultural, memória, sociedade, patrimônio cultural e religião, confessionalidade luterana e teologia protestante, patrimônio cultural e sociedade e a secularização e o sagrado.