Este livro ILUSTRES AFRODESCENDENTES NO BRASIL: DA CAPOEIRA AO HINO NACIONAL traz o fim de um longo silêncio por revelar que a obra foi construída aos poucos, contando com a colaboração de pessoas amigas. É parecido com o que Gilberto Freyre fez em Ordem e Progresso. Por muitos anos, ele ia mantendo contatos e anotando a opinião de quem aceitava o diálogo com ele. No caso específico da sintonia de produção literária ou artística com os Hinos da Pátria, num momento de abençoada conversa com o advogado e músico Sidnei Paladini, ele, em seu escritório, mostrou-me a foto do maestro negro gaúcho Antônio Assis Republicano, autor da Orquestração do Hino Nacional. Assim foi colocado o primeiro alicerce que faria surgir este livro. Ao comentar o assunto em família, o meu filho Rafael Ramatis lembrou que existe outro elo com frases de Gonçalves Dias na Canção do Exílio repetidas no Hino Nacional.É verdade. Quem ler com atenção as duas composições poéticas verá que os versos “Nossos bosques têm mais vida / Nossa vida mais amores” estão presentes na Canção do Exílio do famoso poeta indianista, e no Hino Nacional, numa prova de que Joaquim Osório Duque Estrada, ao escrever a letra do poema de louvor ao Brasil, prestou homenagem ao talento do afro-brasileiro Gonçalves Dias. Durante o comentário de que Gonçalves Dias, poeta com ancestrais africanos, havia escrito belos textos sobre os índios, a Assistente Social da família, a minha filha Gabriela, interveio na conversação, pedindo para fazer um registro: ao escrever sobre o Presidente afro-brasileiro Nilo Peçanha, o livro deve salientar que Nilo criou o Serviço de Proteção ao Índio. A sugestão foi aceita.