Grafites cobertos de tinta cinza na cidade de São Paulo. Projetos de lei apresentados ao senado brasileiro para criminalizar o funk. Tapumes colocados em vias públicas com o intuito de esconder as favelas e os morros. Comparações maldosas: “aquele cabelo de bombril!”Sabe o que essas frases têm em comum? Elas são discriminações estéticas.O racismo é um projeto nefasto de exclusão e de silenciamento de grupos sociais. A estética é um construto considerado nobre, dentro do campo filosófico, por ser representativo das especificidades e expressões humanas. Quando a dimensão estética é negada a um indivíduo, automaticamente, um apagamento identitário ocorre. O Racismo Estético está infiltrado de diversas formas na sociedade brasileira e busca se justificar por meio de diferentes discursos, entretanto seus objetivos permanecem os mesmos: desumanizar o indivíduo, cerceá-lo de suas subjetividades, rejeitar a sua beleza, destituí-lo de seu próprio corpo, invisibilizar a sua produção artística, limitar a sua presença nos espaços urbanos e aniquilar as suas epistemes. É a partir desse entendimento que o Professor Doutor João Paulo Xavier apresenta relatos de pessoas negras a respeito de suas experiências com o racismo e discute, com uma linguagem clara e acessível, o que é o Racismo Estético e quais são as suas manifestações nas estruturas sociopolítica e cultural brasileira.