A relação entre o desenvolvimento e a evolução tornou-se recentemente um tema animado entre filósofos e biólogos. Este interesse tem sido cada vez mais agitado através de pelo menos quatro desenvolvimentos desde a década de 1990: Primeiro, através de novas descobertas dos mecanismos genéticos moleculares subjacentes ao desenvolvimento e evolução de todas as formas morfológicas em organismos multicelulares. Esta descoberta acabou por levar à fundação do novo campo da biologia evolutiva do desenvolvimento. Em segundo lugar, a capacidade de sequenciar rapidamente genes e genomas permitiu que se fizessem comparações genéticas entre espécies. Antes disso, a genética evolutiva limitava-se a diferenças alílicas dentro de uma espécie. Em terceiro lugar, novas descobertas de canais sensíveis ao ambiente de transmissão extra-genética de informação entre organismos (por exemplo, herança epigenética e transmissão de microbiota) levaram a tentativas de ligação mais estreita entre o desenvolvimento e a herança e, consequentemente, a evolução. Em quarto lugar, os padrões comportamentais desenvolvidos pelos organismos são cada vez mais discutidos não só como efeitos de processos adaptativos, mas como ponto de partida das trajetórias evolutivas.