TRECHO DA APRESENTAÇÃO: Há alguns anos tenho me questionado sobre o que é a verdadeira espiritualidade cristã. Desde a minha conversão (em 1994), jamais deixei de observar como cristãos de diferentes seguimentos do cristianismo manifestam a sua espiritualidade, o seu comportamento religioso, por assim dizer. Cada crença parece ter motivações, metas e métodos bastante diferenciados. Enquanto alguns manifestam a sua espiritualidade de forma contemplativa e até introspectiva, outros são mais espontâneos, gostam de manifestações públicas e algumas vezes até extravagantes. Percebi que a vida espiritual nem sempre tem a ver com espiritualidade, quando ela é entendida de um ponto de vista meramente religioso e ritualístico. Desse modo, a prática exterior pode não refletir a realidade interior – podemos acender uma vela para reverenciar a Deus sem qualquer temor por Ele. Se pensarmos em termos de Queda, todos nascemos espiritualmente mortos. Enquanto não temos vida no Nome de Jesus (Ef 2:1,2), as nossas melhores práticas espirituais são igualmente sem vida, vãs e vazias. Logo, há muitos mortos acendendo velas, pulando, rodando, fazendo longas rezas e procissões. … Para responder a essas e outras perguntas, decidi pesquisar sobre o tema, buscar na Palavra de Deus e em autores cristãos sérios e reconhecidos o que é e como se dá a verdadeira espiritualidade. Toda a minha pesquisa resultou numa série de livros que passei a publicar. O primeiro a ser publicado chama-se “Espiritualidade líquida”, fruto de um trabalho do seminário teológico sobre uma palestra do filósofo Leandro Karnal. O objetivo foi estudar os problemas presentes em uma espiritualidade desprovida de conteúdo bíblico, mas carnal e materialista, evocando a verdade do Evangelho da graça de Deus como esperança única para a cristandade. Em outro livro – “Corpo e espiritualidade” – procurei demonstrar de diversas maneiras como o nosso corpo pode e deve ser usado para uma vida espiritual sadia e que agrade a Deus. Como usar a nossa boca, por exemplo, para glorificar a Deus? E os nossos pés e mãos? Não somos espírito ou alma somente, mas possuímos um corpo, um invólucro santo que Deus deseja usar – e usa – para o louvor da sua glória. Cabe a nós reconhecermos isso e vivermos uma espiritualidade integral, holística. Em outro livro da série estudos – O 5S da Qualidade Espiritual – tomo emprestado a filosofia do Programa 5S de Qualidade Total para apresentar algumas práticas importantes para uma espiritualidade sadia e transformadora. A maior delas é a conformidade da nossa vida aos padrões bíblicos de comportamento. É muito fácil acender velas, jejuar uma vez por semana, cair em transe, rodar freneticamente em torno de si mesmo ou até mesmo simular uma linguagem supostamente angelical. Difícil é dizer não ao pecado, amar nossos inimigos, orar por quem nos persegue, ser em tudo honestos, perdoar, acolher e manter um padrão de vida santo como Santo é o nosso Deus. As primeiras práticas não necessitam sequer de conversão, já estas são frutos da graça de Deus e de uma vida regenerada por Cristo, cheia do Espírito Santo, que não se conforma com este mundo, mas que tem a sua mente transformada e exercitada para compreender toda a vontade de Deus (Rm 12:1,2). E é nisto que consiste a verdadeira espiritualidade que veremos neste volume: a graça que nos salva, capacita e anima. Nada além da graça de Deus em Cristo Jesus.
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