Para quem viveu a Pandemia, sofreu com os discursos de ódio e com o obscurantismo, Obra Maldita não é apenas uma distopia, é um alerta. Sim, é uma ficção! Como tal, transita entre os sonhos e a realidade, o verso e o anverso dos sete dias da Criação. “De quem?”, pergunta-se Beatriz, a testemunha ocular de um futuro opressivo cada vez mais próximo de nós. Sua busca, como a nossa, não se resume a saber quem é o verdadeiro autor da Obra, ou se Ele realmente existe. Ela encerra o grito primordial da mulher que não aceita o papel de costela, que se rebela contra a ordem fundamentalista e patriarcal na qual foi criada. Salvando livros proibidos da fogueira, resgatando significados ocultos do porões, interrogando e questionando a si mesma e sonhando com outra realidade, ela enfrenta a ira de sua família e de toda a sociedade que, por medo da Peste, evita sonhar. Mas o que é a Peste, afinal? Qual o papel de cada personagem e, principalmente, do próprio autor da Obra para que ela seja maldita? Muito cuidado ao procurar respostas! Elas surgirão de acordo com as perguntas do leitor.