Nos livros “Os sete hábitos da espiritualidade biblicamente eficaz” e “O 5S da qualidade espiritual” definimos em parte o que é a verdadeira espiritualidade e qual o tipo de espiritualidade Deus espera dos seus filhos. Em suma, a espiritualidade bíblica está mais ligada à obediência à palavra de Deus, ao viver no Espírito do que às manifestações místicas e de poder que tanto vemos em muitas igrejas, e tudo isso nos lança numa prática espiritual solidária. É preciso que entendamos que não existe uma espiritualidade, mas “espiritualidades”, que variam não somente de acordo com a crença de cada um, mas que se mostra diversificada mesmo dentro de uma única crença, como é o caso do cristianismo protestante, o foco da nossa atenção no momento. Essas espiritualidades são frutos de novas visões a respeito de Deus e da fé que vem sendo implantada nas igrejas como consequência de um evento histórico chamado Iluminismo, do qual herdamos o liberalismo teológico e a neo-ortodoxia, que são os pontos de partida para o neopentecostalismo e o pensamento moderno, alavancado pelas novas tecnologias e a individualização do ser humano e, consequentemente, da sua espiritualidade. A vida espiritual do crente precisa estar alicerçada sobre sólida base bíblica, ser racional para ser verdadeira, o que está muito distante da realidade da teologia e da prática modernas.É sobre este tema que discorreremos aqui, na tentativa compreender a razão de todas as coisas e oferecer algumas respostas para o cristão comprometido com o Reino de Deus e para um cristianismo sem qualquer compromisso com a Bíblia. Este estudo não pretende ser exaustivo nem abarcar toda a profundidade do tema, mas fornecer subsídios para que o leitor norteie a sua própria pesquisa e possa repensar a sua espiritualidade. Este capítulo é fruto de um trabalho apresentado no Seminário Teológico Potiguar, onde analisamos a palestra do historiador Leandro Karnal a respeito do tema “Vazio contemporâneo e espiritualidade”, proferida em 2015, no 5º FAS – Fórum ADCE para Sustentabilidade. Uma das declarações mais sérias e realistas feitas por Karnal e que traduz o que a Igreja do Senhor vem enfrentando nestes últimos anos é: “O maior desafio dos religiosos hoje é cristianizar os cristãos”. Podemos afirmar que um dos maiores desafios para a espiritualidade moderna é cristianizar a própria espiritualidade, excluir dela os elementos sincréticos e antropocêntricos e trazer de volta um elemento que aos poucos vem sendo esquecido: a cruz de Cristo, a pessoa do Senhor Jesus como o centro da vida cristã. Este será o nosso desafio neste estudo, um desafio de análise, de crítica e ao mesmo tempo de esperança, tendo certeza de quem somos e da nossa missão no mundo.
LEIA MAIS NO LIVRO.