Epistemologia (palavra que, talvez, não seja conhecida de todos) é uma área da filosofia que trata da teoria do conhecimento. Na epistemologia, nos perguntamos: é possível conhecer algo (ou a realidade)? Se sim, o quanto é possível? Sendo possível, quais são os meios do conhecimento? Como se dá o processo do conhecimento? Qual a segurança e validade do conhecimento etc.?
Para Van Til, na epistemologia, “está a porta de entrada; aqui, está a trincheira da linha de frente”. Neste e-book (recorte de um texto maior), Van Til nos mostra a importância de uma epistemologia fundamentada na Revelação – uma epistemologia revelacional. Uma das primeiras coisas que ele nos dá, nesse material, é um alerta: “Uma das maiores e, certamente, a primeira vitória do inimigo é a vitória de quebrar a moral do crente. Se ele pode fazer um cristão acreditar que nenhuma revelação redentora sobrenatural é necessária para o homem, porque sua mente é normal e precisa apenas da verificação mútua do companheiro para guiá-la em seu voo, então, Satanás conseguiu muito”.
Assim, neste texto, ele nos expõe uma epistemologia bíblica, contrastando a visão não cristã e as supostas ou inconsistentemente cristãs com a visão bíblico-reformada. Ele diz: “A epistemologia cristã se distingue de uma não-cristã, exatamente, neste ponto: reconhece, plenamente, a distorção e a influência do pecado na mente humana”. Como ele disse, uma visão dos efeitos do pecado na mente humana é uma questão central na busca por uma epistemologia bíblica. Dar uma “independência muito grande ao homem corrompe o princípio teísta; uma visão inferior do pecado vicia a verdadeira epistemologia bíblica”. É, basicamente, isso que fazem todas as epistemologias não-revelacionais e algumas ditas cristãs. E, eis outra distinção entre a epistemologia bíblica e a antropocêntrica: a revelação ocupa um papel fundamental e indispensável; enquanto, a antropocêntrica, o homem e sua capacidade é que ocupam o lugar central.
Explicitamente, Van Til diz qual é o seu objetivo e desejo nesse material: Primeiro, “fazer com que os reformados vejam, completamente, a beleza de sua herança; e, em segundo lugar, trazer outros ramos da igreja cristã a perceber que a lógica de sua posição exige que sejam mais fiéis ao seu princípio inicial; e, terceiro e acima de tudo, não para obter uma vitória sobre nossos inimigos, exceto para torná-los nossos amigos, e isso apenas trazendo-os para o nosso lado, onde somente a paz é encontrada”. Seu esforço é edificar a Igreja e chamar os não-cristãos para Cristo (por meio da apologética).
Assim, após expor (em síntese) e, sucintamente, refutar as demais visões (tidas por) cristãs (a saber, a visão romanista e a arminiana), ele expõe a visão reformada (neste e-book, apenas, o primeiro ponto de toda a exposição: a consciência adâmica). Ele abre essa seção com as seguintes palavras de B. B. Warfield: “Calvinismo é o teísmo que se tornou realidade”. É inegociável, na epistemologia reformada, professar: “o Deus que falou a Adão e, por meio dele, a todos os homens, é o fundamento do conhecimento humano”.
Como subscritores dos Padrões de Westminster, cremos que é fundamental respondermos ao mundo e fazermos apologética mostrando como que a Revelação nos dá o conteúdo de nossas estruturas de pensamento e de interpretação da realidade. Como subscritores dos Padrões de Westminster, cremos que a nossa confessionalidade sistematiza bem esses elementos. E, muito antes de nossa expressão sistemática da fé que professamos, a própria Revela