A redefinição de lugares e a desconstrução de imagens cristalizadas sobre os índios na memória histórica são desafios que atravessam a escrita da história. A historiografia capixaba consolidou representações dos índios em função de certos paradigmas, estabelecendo diferentes relações desses povos com o passado. Por um lado, os grupos indígenas foram representados em função da superação do atraso. Nessa perspectiva, suas experiências foram interpretadas em uma narrativa do progresso, evidenciando uma classificação dicotômica que reduzia os índios ora a inimigos ora a aliados e os associavam ao atraso do Espírito Santo. Por outro lado, na produção historiográfica dos últimos anos resgata-se sua memória a partir do reconhecimento do passado indígena, em uma perspectiva crítica, desconstruindo imagens e estereótipos antigos e compreendendo os indígenas como sujeitos autônomos, em seu dinamismo social, histórico e cultural.Rafael Cerqueira do Nascimento