“Este livro contém palavrões, é politicamente incorreto, ofensivo, contém ironias, sarcasmo, está recheado de generalizações e, portanto, não é recomendado para pessoas sensíveis, justiceiros sociais, patrulheiros ideológicos, ativistas, militantes e mimizentos em geral.”
Pela descrição dada pelo próprio autor, já podemos imaginar o que esperar de “A Arte do Sarcasmo”.
Paulo Faria não é daqueles que escrevem almejando o consenso ou buscando incansavelmente uma turba de séquitos (o que fica bem claro já no início do livro, na nota do autor, quando frisa que o mesmo não se reveste de “qualquer pretensão de conscientização”). Tampouco se embrenha pelo universo da escrita apenas para materializar seu espírito criativo. É muito mais que isso.
A Arte do Sarcasmo já valeria a leitura por essa forma incisiva como bota o dedo na ferida dos políticos, sejam eles os prefeitos ou vereadores de alguma cidade do interior, os ex-presidentes Lula, Dilma, Fernando Henrique e Temer ou o atual chefe do executivo federal, Jair Bolsonaro. Mas o que de fato seduz no livro não é exatamente isso.
O que prende o leitor é a verve debochada com que nomeia e qualifica cada um desses personagens do “circo da política” ou como ironiza a “hipocrisia” da militância de uma lista de pessoas que inclui “falsos humanistas, ativistas, politicamente corretos, celebridades, militantes fantasiados de professores e jornalistas, chefes de sindicatos, líderes de supostos movimentos sociais” e muitos outros.
Nesse sentido, é cômico quando ele chama Lula de “sociopata”, Roger Waters de o “imbecil do ano”, Fernando Henrique Cardoso de “múmia falastrona”, Jair Bolsonaro de “falso mito” e “Capitão Cloroquina” ou os ministros do Supremo Tribunal Federal de “11 múmias”.
Mas, de todas as facetas do livro a mais jocosa é, sem sombra de dúvidas, aquela que se volta para a crítica à trupe detentora do monopólio da ética, da moral e dos bons costumes: os politicamente corretos.