Este trabalho aborda a representação das identidades LGBTIs na imprensa brasileira, maisespecificamente, nas revistas de alta circulação semanal: Veja, Carta Capital, IstoÉ e Época. Apesquisa traz dois momentos: uma análise quantitativa dos anos de 2016 e 2017 nas revistas,fazendo o levantamento do número de matérias que abordaram a temática ao longo dos doisanos; e uma análise cultural de algumas matérias destacadas para refletir sobre os discursos quenascem das reportagens. Para isto, foi utilizado o Circuito da Cultura de Du Gay et. al (1994),que foi adaptado para esta pesquisa como Circuita da Cultura LGBTI, com os eixos: memória,identidade, produção e representação. Autores como Stuart Hall, Katheryn Woodward, JoãoFreire Filho, Aleida Assmann e Raymond Williams trazem a bagagem sobre os EstudosCulturais, que norteiam o trabalho com reflexões sobre identidade, representação e memória.Para ampliar a discussão, autores como Boris Kossoy, Martine Joly, Andrei Tarkovsky e EcleaBosi são convocados para falar sobre a imagem e sua interpretação. Através deste aparatometodológico e do referencial teórico destes autores(as), é possível apontar o jornalismo comosendo uma das forças para a mudança e estagnação em relação ao que se pensa da comunidade.O estudo permite apontar algumas identidades estereotipadas que nascem dos discursos dasrevistas, como: 1) identidade do transexual como frágil; 2) homossexual como promíscuo edetentor do vírus HIV; 3) os sujeitos que tiveram suas histórias de superação; 4) brasileiro comoacolhedor das diferenças. A imprensa pode ser enxergada como um dos pilares para arepresentação das identidades e, portanto, construtora de uma memória cultural acerca dostemas proferidos. Assim, é importante que o jornalismo ande lado a lado com as pautas sociaispara não publicar desinformação ou superficialidade. De maneira geral as revistas não abordamsobre a violência que é cometida contra esta comunidade e isto acaba deixando o assunto napenumbra da discussão.