A terceira pastorinha, Lúcia, tinha quarenta anos por ocasião deste relato, e residia como Irmã leiga no Instituto de Santa Dorotéia, sob o nome de Maria das Dores; e ficou mundialmente conhecida como Irmã Maria Lúcia do Coração Imaculado, e morava no Carmelo de Coimbra. Tive ocasião de conversar detidamente com ela, e nessa conversa pude colher elementos preciosos para este livro, que além disso se baseia amplamente nas Memórias escritas por ela.
A mensagem que a Irmã Lúcia devia revelar fora-lhe confiada por Aquela que é, efetivamente, a Rainha do Céu e da Terra. Aquela cuja beleza, poder e bondade foi o tema dos profetas e dos santos, durante centenas de anos. Dela escreveu Isaías: Uma virgem conceberá e dará à luz um filho… O Arcanjo Gabriel saudou-a com estas palavras: Salve, cheia de graça! O Senhor é contigo. És bendita entre as mulheres!, e Ela profetizou mais tarde: Doravante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.
Por várias vezes essa Senhora mudou o curso da história. O seu Rosário, pregado por São Domingos, lançou por terra a heresia dos albigenses, que ameaçava destruir a sociedade européia. Conseguiu a vitória dos cristãos na batalha de Lepanto, salvando a cristandade do domínio muçulmano. Foi sob a sua especial proteção que Colombo partiu para descobrir o Novo Mundo, e os católicos das Américas, seguindo essa tradição, puseram os seus países sob a proteção de Maria Imaculada. E não se pense que qualquer “Nova Ordem” do mundo, por mais violenta que seja, há de poder empanar-lhe a memória! Porque no final dos tempos, antes da consumação dos séculos, aparecerá no céu o sinal predito por São João no Apocalipse: Uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.