De acordo com Georg Wilhelm Friedrich Hegel nas Palestras Introdutórias sobre Estética (A Introdução à Filosofia da Bela Arte de Hegel, 1886), a beleza na arte é uma beleza maior do que a da natureza, porque a beleza na arte é um produto da mente, ou espírito, o intelectual e não o sensorial. No Simpósio de Platão, quando o iniciado aprende a amar todos os corpos bonitos em vez de apenas um corpo, a “perseguir a beleza da forma” (210) ao invés da beleza do corpo, para se afastar da “escravidão de mente baixa e pequena” do amor pela beleza de um corpo, e voltar-se “para o grande mar de beleza e olhando para ele ele dará à luz, através de um amor ilimitado do conhecimento, a muitos belos e magníficos discursos e ideias”, o iniciado sobe à beleza da mente que é maior do que a beleza da natureza e que pode ser representada na arte, discursos e ideias. Assim, para Hegel nas Palestras Introdutórias sobre Estética,a beleza da arte”nasce — nascida de novo, ou seja- da mente….”No Simpósio, a beleza da mente deve ser encontrada na bondade da mente, a beleza boa, de modo real será encontrada na bondade, “práticas e leis”, em comparação com a beleza do corpo, a beleza da natureza. Nessa bondade, práticas e leis, nas atividades da razão, são temas de conhecimento, ou formas de conhecimento, são formas de conhecimento que se tornam a beleza superior. Nas Palestras Introdutórias sobre Estética, “mente, e apenas mente, é capaz de verdade, e compreende em si tudo o que é, de modo que o que é bonito só pode ser realmente e verdadeiramente bonito como neste elemento superior e como criado assim” (§III). Seguindo Kant, toda a realidade é dada pela mente, mas, em última análise, para Hegel, está na interação entre a mente e o mundo sensorial dada pela percepção, que é um produto da mente, conciliando a lacuna entre a ideia platônica e o mundo sensato, ou a ideia de beleza como ela é aplicada aos objetos da percepção. A mente “compreende em si tudo o que é”, para que a beleza sensata possa existir no real, o que é percebido, mas é um produto do ideal, da mente. A beleza da natureza assim “revela-se, assim, como um reflexo da beleza que pertence à mente, como um modo imperfeito e incompleto de ser…”. A beleza na natureza é um produto da mente se inserindo no mundo sensato, de chegar a um acordo com o que a mente percebe como sendo estranho a ela, como Explica Hegel longamente na Fenomenologia do Espírito..