Nesta obra, faço uma autocrítica à luz de uma vivência de, no momento, mais de cinquenta anos. Repito que, em momento algum, os princípios espíritas conseguiram ser, por mim, postos em suspeição. Na verdade, sofreram uma rigorosa crítica, graças ao meu desenvolvimento cultural e ao meu acúmulo de experiências. Todavia, sempre terminaram por se fazerem valer, pois são leis da Natureza e, como tal, podem ser ampliados, vistos por vários ângulos, mas sempre permanecerão realizando as funções que os fizeram necessários. É como a descoberta da gravitação universal por Isaac Newton, por ele formulada em 1687, no seu Philosophia Naturalis Principia Mathematica. Einstein, mais de um século depois, fez dela uma nova leitura, apresentando-a como resultado de uma deformação do espaço. Seja como for, a gravitação universal existe e todos estamos sob sua influência, bem como o Universo como um todo. O espiritismo é uma nova etapa no processo do conhecimento humano. Coloca em pauta o problema da imortalidade da alma e convida o ser humano a comprovar experimentalmente o que antes era um “credo quia absurdum (creio porque é um absurdo)”. Só não verá quem não quiser, pois os meios estão à disposição. Tudo bem, pois todos, irrevogavelmente, seremos convidados, por Tânatos, a desbravar os mistérios da morte. No momento em que isso acontecer, que possamos usufruir das benesses dos Campos Elíseos, sem dúvida, muito melhor que deambular, sem rumo, pelos sombrios e cavernosos rincões do Reino de Hades.