Discurso Sobre a Desigualdade (Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens) é uma obra do filósofo Jean-Jacques Rousseau. O texto foi escrito em 1754 em reação a uma competição por um prémio da Academia de Dijon respondendo o seguinte: O que é a origem da desigualdade entre os homens, e é ela autorizada pelo direito natural? Apesar de ele não ter obtido reconhecimento do comitê julgador do prémio por essa obra (ao contrário do que aconteceu com o Discurso sobre as ciências e as artes) ele entretanto publicou o texto em 1755. Rousseau iniciou um pensamento que o levaria a concluir que toda desigualdade se baseia na noção de propriedade particular criado pelo homem e o sentimento de insegurança com relação aos demais seres humanos. Segundo Rousseau, os primitivos deviam viver em bandos mais ou menos organizados, que se ajudavam esporadicamente, apenas enquanto a necessidade emergente exigisse, para fins de alimentação, proteção e procriação. Findada tal necessidade, os primitivos seguiam suas vidas de forma isolada, até que nova necessidade aparecesse. Com o surgimento de novas exigências, as quais estes povos não estavam acostumados, surgiu, também, a percepção de que poderiam ter, além do necessário, algo mais que pudesse fazê-lo melhor do que os outros homens. Esta noção, ainda rudimentar nesses povos, foi-se aperfeiçoando, até alcançar um nível de elaboração que fizesse surgir a idéia de propriedade, fosse ela um animal, terras, armas e, até mesmo, outras pessoas. As desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para subjugar os seus semelhantes.