Em meados do século XVII, a Inglaterra era marcada pela tensão entre o poder absolutista dos reis e os anseios liberalistas da burguesia. A disputa resultaria em repressão social, emigração crescente para a América, guerra civil e revolução. Em meio ao caos, Thomas Hobbes descreve uma doutrina baseada no pacto social e nos direitos divino e do governo civil. Hobbes elabora uma filosofia moral e política cujo propósito principal é evitar a guerra. Por muito tempo, essa foi considerada sua obra-prima, até a ascensão do Leviatã. As duas obras, complementam-se para o entendimento de seus modelos de política moderna, reestruturação social e obediência à autoridade. Do Cidadão, primeira parte da trilogia planejada por Hobbes durante seu exílio na França, é composta por três temas da natureza humana: liberdade, império e religião. Na primeira parte, ele aborda a condição humana lidando com as leis naturais; na segunda, a necessidade do estabelecimento de um governo estável; finalmente na terceira, declarações a respeito de teologia. É no princípio desta obra que, celebremente, ele utiliza a expressão o homem é o lobo do homem . Para Hobbes, a Igreja cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarco, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir as questões religiosas e presidir o culto.