Kant aborda aqui, com concisão, o difícil problema do progresso da metafísica. Critica, em especial, a posição racionalista de Leibniz e, simultaneamente, delineia os resultados a que chegara com a sua Crítica da Razão Pura. Trata-se de um balanço filosófico, incompleto, sim, mas estimulante. De Kant: Mas esta ciência é a metafísica – o que altera totalmente a questão. E um mar sem margens no qual o progresso não deixa vestígio algum e cujo horizonte não encerra nenhuma meta visível pela qual seja possível perceber até que ponto dela nos aproximamos. – Em vista desta ciência, que quase sempre existiu apenas na Ideia, a tarefa proposta é muito árdua e quase unicamente se pode duvidar da possibilidade da sua solução; e, mesmo que se conseguisse alcançar, a condição prescrita ainda aumenta mais a dificuldade de expor concisamente os progressos que ela fez. Com efeito, a metafísica é, segundo a sua essência e intenção última, um todo completo: ou nada, ou tudo; o que se exige para o seu fim último não pode, pois, como acontece na matemática ou na ciência natural empírica que progridem sempre indefinidamente, ser tratado de modo fragmentário. – Apesar de tudo, queremos tentar.