Aparecem aqui, em perspectiva, três obras de atualidade manifesta:RevelaçãoRe-velada (ou da Reconstrução do Templo) sugere escutar o tom fundamental, que é Revelação transmitida à humanidade uma só vez e fixada, como um cânon, para sempre.Reconheceremos os sinais renovadores na trama do tempo?Sim! Em mudanças essenciais do cenário do mundo: ruptura de simetria, violências sociais, esvaziamento de significados… Assim, pressentimos a irrupção de uma mensagem de vanguarda; não é teológica, sociológica ou política, nem sequer científica ou técnica. É Pro-fética! É, antes de toda palavra. A Revelação anunciada já veio. O tempo do fim coincide com a palavra do princípio!
Em De Profundis, um novo sentimento cósmico marca hoje o tempo do homem e assinala seu novo lugar no mundo. O signo do tempo é outro e a chave para o ordenamento social e espiritual da humanidade vindoura já não é só uma ideia, outro sentimento, outra fé: é também “outra matéria”. Tudo está ao alcance da mão, mas perdemos contato com o rio sagrado que nos dá vida e nossa alma morre por falta de vida. Na “outra” face do fenômeno humano (De Profundis) poderosas correntes de vida e morte, dentro do coração do homem, provocaram uma transmutação alquímica da matéria. Esta confrontação gen-ética de forças primordiais é o que hoje vivemos sem compreender: porque as filosofias da vida e as teorias da morte nos dão somente “a metade da fórmula”.
Egoência implica beber a água que brota da fonte e que a inteligência expresse o que brota da sabedoria do coração. Então, deixa-se de acreditar que se é tão somente “si mesmo”. Cada um é um todo, sem dissolver-se, porque sempre “falta um”: eu-mesmo. Egoência não é uma nova ideia, um novo paradigma científico nem um novo sistema filosófico. Definitivamente, não é algo explicável: é o ritmo insonoro de uma nova lei ou a reversibilidade da própria lei. Egoência é, antes de mais nada, acontecimento originário, palavra-símbolo precedente, fogo cósmico ativador como função gen-ética. Subitamente, encontramo-nos ante uma nova estrutura: eis aqui, a nova geometria da vida!
Esta é a tríada que Ramón P. Muñoz Soler nos apresenta, com o magistério que ele soube exercer mediante sábias reflexões, radiantes intuições e propostas transcendentes.