Após o cinema ter tomado para si a estória da vida de Jesus, paulatinamente conseguindo transformá-la e adequá-la ao seu veículo, expandindo papéis de personagens exíguas nos Evangelhos, contribuindo para valorizar mais esta ou aquela cena, escolhendo os fatos marcantes e “interessantes” da vida de Jesus, depois de narrar, mudar de formato (musicais), mudar de veículo (televisão), o cinema está pronto para realizar aproximações cada vez mais ousadas em direção a Jesus Cristo. Seja o Jesus da fé, seja o da história, seja um Jesus alternativo qualquer, o longo percurso de apropriação e adaptação da sua estória para o cinema permite agora que praticamente tudo seja possível. E há ousadia até mesmo numa aproximação conservadora como a de Mel Gibson.